...Onde estiveste? Onde? Com quem?...

Elegia do Ciúme
A tua morte, que me importa,
se o meu desejo não morreu?
Sonho contigo, virgem morta,
e assim consigo (mas que importa?)
possuir em sonho quem morreu.
Sonho contigo em sobressalto,
não vás fugir-me, como outrora.
E em cada encontro a que não falto
inda me turbo e sobressalto
à tua mínima demora.
Onde estiveste? Onde? Com quem?
— Acordo, lívido, em furor.
Súbito, sei: com mais ninguém,
ó meu amor!, com mais ninguém
repartirás o teu amor.
E se adormeço novamente
vou, tão feliz!, sem azedume
— agradecer-te, suavemente,
a tua morte que consente
tranquilidade ao meu ciúme.
David Mourão-Ferreira
in "Tempestade de Verão"
...eu de facto não devo ser deste mundo... as cenas de ciúmes deixam-me um bocadinho desorientada, especialmente aquele ciúme doentio, sem qualquer razão de ser e sem conseguirem ver os efeitos nefastos que tem nos outros... obviamente que já senti umas pontinhas de ciúme, mas nada do que vejo ao meu redor... se não se confia, vale a pena manter um relacionamento????...




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