...um dilúvio começa ao largo do desespero...
Chove perto dos olhos manchados de errância.
Um dilúvio começa ao largo do desespero.
Pensámos que, de noite, a mendicidade
das mãos passava despercebida.
Partilhámos enigmas e abismos,
procurando uma margem, um horizonte,
ou apenas uma sede
tão imediata como as lágrimas.
Porém, a cidade não consente vadios
à porta do futuro.
Por isso nos abrigámos nos indícios
da casa ou do caos.
Hoje não lamentamos a brevidade dos desejos
porque somos personagens
de uma parábola em sangue.
-Graça Pires-
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