...rebirth...
...faz agora uma década, numa das consultas de rotina, depois de uns meses muito complicados em termos de saúde, a minha médica disse-me algo que me deixou assustada e completamente gelada: "a continuares assim, não te dou mais do que 3 meses de vida. Ou decides optar pelo equipamento ou não aguentas muito mais tempo". A decisão não era fácil de tomar. Ainda mais, porque a juntar aos problemas de saúde, os problemas pessoais e emocionais eram a ordem do dia... e aumentavam, mesmo querendo paz e sossego - mas eles vinham ter comigo (especialmente aquelas pessoas para quem eu tinha deixado de existir e que nessa altura decidiram descobrir ou recordar o meu número de telefone e chatear a sério... haja paciência!! Naquela altura, naqueles dias era exactamente aquilo de que eu não precisava... enfim, o caos que alguém provoca quando o interesse supera tudo o resto... graças a isto, optei por não ir ver o Mestre no Teatro Maria Matos... há gente muito burra, irra!!) Comprar o equipamento em questão era um esforço económico imenso para quem estava desempregada, como eu estava nesse momento. Cerca de 5000 mil euros. Aquela coisinha, aquele aparelhómetro, que me cabia na palma da minha mão, valia mais que o meu carro...
Mas continuar no estado em que eu estava era impossível. Por várias vezes estive perto de passar para o "lado de lá" e por duas vezes senti que estava no "túnel". Segui o conselho da minha médica. Em boa hora. Apesar do imenso esforço económico, e dos 200 euros mensais de consumíveis (até 2011), foi uma sensação de voltar a nascer... voltar a ter uma vida, ter emprego, ser independente... dois anos depois do equipamento colocado decidi fazer a minha primeira viagem ao estrangeiro. Adoro viajar, adoro conhecer sítios novos, partindo à descoberta... Em 2004, na última viagem, tinha tido um problema de saúde em Atenas. Foi uma das poucas viagens ao estrangeiro que fiz acompanhada. E desta vez, para o congresso, até íamos seis. Os meus amigos apanharam um susto de morte. E eu ainda hoje tenho pesadelos, embora até fosse bem atendida atendendo à logística existente... e recorde-se que 2004 foi ano de Jogos Olímpicos em Atenas; na altura estavam a decorrer os Paralímpicos e tinha havido melhorias significativas no sistema de saúde. Eu fiquei plenamente convencida de que, digam o que disserem, em Portugal temos um dos melhores sistemas nacionais de saúde, apesar dos imensos esforços para o destruírem.
Essa viagem a Barcelona serviu para me livrar dos meus medos... Desde essa altura deixei de ter medo da morte. Apenas passei a ter mais cuidado ao viver: viver da melhor forma, sendo feliz, mesmo no meio das adversidades, e fazendo os outros felizes... vendo a vida com as cores mais bonitas... tal como Gaudi fazia...
Mas continuar no estado em que eu estava era impossível. Por várias vezes estive perto de passar para o "lado de lá" e por duas vezes senti que estava no "túnel". Segui o conselho da minha médica. Em boa hora. Apesar do imenso esforço económico, e dos 200 euros mensais de consumíveis (até 2011), foi uma sensação de voltar a nascer... voltar a ter uma vida, ter emprego, ser independente... dois anos depois do equipamento colocado decidi fazer a minha primeira viagem ao estrangeiro. Adoro viajar, adoro conhecer sítios novos, partindo à descoberta... Em 2004, na última viagem, tinha tido um problema de saúde em Atenas. Foi uma das poucas viagens ao estrangeiro que fiz acompanhada. E desta vez, para o congresso, até íamos seis. Os meus amigos apanharam um susto de morte. E eu ainda hoje tenho pesadelos, embora até fosse bem atendida atendendo à logística existente... e recorde-se que 2004 foi ano de Jogos Olímpicos em Atenas; na altura estavam a decorrer os Paralímpicos e tinha havido melhorias significativas no sistema de saúde. Eu fiquei plenamente convencida de que, digam o que disserem, em Portugal temos um dos melhores sistemas nacionais de saúde, apesar dos imensos esforços para o destruírem.
Essa viagem a Barcelona serviu para me livrar dos meus medos... Desde essa altura deixei de ter medo da morte. Apenas passei a ter mais cuidado ao viver: viver da melhor forma, sendo feliz, mesmo no meio das adversidades, e fazendo os outros felizes... vendo a vida com as cores mais bonitas... tal como Gaudi fazia...
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