...4 anos...
...4 anos passaram, desde que tive um pressentimento e decidi interromper o que estava a fazer. Quando cheguei a gabinete, decidi verificar o telemóvel. Tinha uma chamada do meu pai. A minha pequenina tinha falecido. Esses últimos tempos não foram fáceis, e muitas vezes fui quase a voar, para chegar a tempo da visita no hospital.
De pequena, lembro-me das brincadeiras, dos mimos, do pão quente com azeite, açúcar amarelo e canela ou dos pêssegos docinhos com açúcar amarelo. Tantas vezes era com ela que conversava sobre as minhas coisas. Era quase sempre a primeira pessoa com quem falava. Uma enorme amiga...
A fim do dia, era altura de regar as plantas no quintal e no corredor: a cameleira, as hortênsias, as patas-de-elefante, as orelhas-de-elefante, as videiras e os brincos-de-princesa. E as avencas e as begónias de todos os feitios. Lá ia eu, toda contente, a ajudar. Era uma enorme responsabilidade manter esse jardim bonito.
Passaram 4 anos. Mas todos os dias me lembro de si, madrinha. Já que mais não seja, ao cuidar das minhas plantas. Quem, como eu, até os cactos deixava morrer à sede... quem diria, que conseguia ter plantas lindas, como agora. "Basta ter tempo e cuidar um bocadinho. Como as pessoas...". E às vezes sinto que o pouco que lhe posso dar, agora, são mesmo as flores que tanto gostava...
Passaram 4 anos. Mas não me esqueço que tive a melhor avó do mundo...





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