20 setembro 2009

...o tempo não passou, amigo, agora, ao chegares olho para ti...





amigo, não tenho perguntas para fazer-te. quantas

pessoas entendem aquilo que não entendo? quem

descobriu o segredo mais inútil?



amigo, não tenho perguntas para fazer-te. basta-me

olhar. passaram anos, poderiam ter passado mais

anos ainda. poderiam passar séculos.



entendo o teu rosto. isso basta-me quando te vejo.

para mim, serás sempre o príncipe, a criança que

me mostrou as árvores.



o tempo não passou, amigo, agora, ao chegares,

olho para ti. o teu rosto é igual. agora, ao chegares,

sei que nunca partiste.





José Luís Peixoto

in "A casa, a escuridão"






...aos meus AMIGOS... mesmo estando longe, quando nos encontramos, parece que nunca nos separamos...

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