...memórias...
...quando era criança, era a única menina da minha rua. Pelo menos, até 1976, quando regressaram os "retornados" das ex-Colónias. Aí, o número de crianças da minha idade quadruplicou. Tanto, que tiveram eu abrir duas turmas na Escola Primária. E as carteiras estavam todas cheias.
A vida era muito complicada. Os meus pais trabalhavam 360 dias por ano. Não havia infantário na aldeia. No Inverno, para não apanhar muito frio ficava com a Tia Lúcia. Uma vizinha, com uns 60 e tantos anos, com uma paciência imensa, que aturava uma pirralha supercuriosa.
Adorava a comida feita na panela de ferro. Ainda hoje tenho saudades das batatas fritas que ela me fazia: as batatinhas miúdas, cozidas na panela de ferro, partidas e fritas em azeite. Eram as melhores batatas fritas do mundo.
E lembro-me dos cachos de uvas a secar, dos tabuleiros com maçãs de Junho para secar, dos figos a secar na varanda... e do pão acabado de cozer no forno...
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