24 outubro 2007

Vigílias




Quando aqui não estás
o que nos rodeou põe-se a morrer


a janela que abre para o mar
continua fechada só nos sonhos
ergo-me
abro-a
deixo a frescura e a força da manhã
escorrem pelos dedos prisioneiros
da tristeza
acordo
para a cegante claridade das ondas


um rosto desenvolve-se nítido
além
rasando o sal da imensa ausência
uma voz


quero morrer
com uma overdose de beleza


e num sussurro o corpo apaziguado
perscruta esse coração
esse
solitário caçador



Al Berto

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