15 novembro 2007

E é assim que preciso de ti...



Assim

É assim que te quero... Amor!
Assim, amor... É que eu gosto de ti...

Tal como te vestes
E como arranjas os cabelos
E como a tua boca sorri

Ágil como a água da fonte
Sobre as pedras puras!
É assim que te quero...
Amada!

Ao pão
Não peço que me ensine
Mas antes...
Que não me falte
Em cada dia que passa.

Da luz... nada sei!
Nem donde vem
Nem para onde vai
Apenas quero que a luz alumie!
E também não peço à noite
Explicações...
Espero-a... e envolve-me...
E assim tu... pão e luz...
E sombra és...
Chegastes à minha vida
Com o que trazias
Feita de luz
E pão... e sombra...
Eu te esperava
E é assim que preciso de ti
Assim que te amo...

E os que amanhã quiserem ouvir
O que não lhes direi
Que o leiam aqui
E retrocedam hoje...
Porque é cedo para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos
Apenas uma folha da árvore do nosso amor...
Uma folha que há-de cair sobre a terra
Como se a tivessem produzido
Os nosso lábios
Como um beijo caído
Das nossas alturas invencíveis
Para mostrar o fogo e a ternura
De um amor verdadeiro.


-Pablo Neruda-

(mudando o género... e seria perfeito :) )

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