11 fevereiro 2009

...tens de ter muita paciência... mas podes sentar-te cada dia um bocadinho mais perto...


...é estranho como tanta gente recita este trecho de cor... e e o seu conceito de amizade é tão egocêntrico (se eu estiver bem, que ninguém se incomode)...




“- Olá, bom dia! - Disse a raposa.
- Olá, bom dia! - Respondeu delicadamente o principezinho.
- Estou aqui – disse a voz – debaixo da macieira.
- Quem és tu? - Perguntou o principezinho.
– Sou uma raposa – disse a raposa.
– Anda brincar comigo – pediu-lhe o principezinho. - Estou triste...
– Não posso ir brincar contigo – disse a raposa. – Ainda ninguém me cativou...
– «Cativar» quer dizer o quê? – Perguntou o principezinho.
– É a única coisa que toda a gente se esqueceu – disse a raposa. - Quer dizer criar laços…
– «Criar Laços»?
- Sim, laços – disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, tu não és para mim senão um rapazinho perfeitamente igual a cem mil outros rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, eu não sou para ti senão uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativares, passamos a precisar um do outro. Só compreendemos o que cativamos. Se queres um amigo, cativa-me…
- E tenho de fazer o quê? - Perguntou o principezinho.
- Tens de ter muita paciência – respondeu a raposa. - Primeiro, sentas-te longe de mim…assim…na relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não me dizes nada. As palavras são uma fonte de mal-entendidos. Mas podes sentar-te cada dia um bocadinho mais perto... (…)”

Antoine de Saint-Exupéry

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