21 fevereiro 2009

...vou andando por aí... dizendo sim à engrenagem...


...finalmente, depois da dos Xutos & Pontapés e da do Trovante, comprei a BD dedicada a Jorge Palma... e pelo que folheei, não tem erros graves (como a do Trovante :s)... aliás, não conhecendo o Palma dos concertos, até parece que se trata de alguém bem diferente (em sintonia com a sua biografia oficial, que saiu recentemente). Acho que o único senão é que da figura do Palma's gang não consigo reconhecer o Flak, o Alex, o Zé Pedro ou o Kalú... devem estar disfarçados... tal como o Tim, o Rui Veloso e o João Gil do Rio Grande...
A juntar ao relato da vida e obra de Jorge Palma estão dois textos do Tiago, compincha do blogue palmaníaco (a nossa grande vedeta do burgo!!) e do João Carlos Callixto, autor do livro com os poemas escritos por Jorge Palma, Na Terra dos Sonhos... e ainda um texto de Pedro Teixeira, autor da Biografia Oficial...
...mas para além do livro, o cd contém alguns temas pouco conhecidos, como só mais uma história ou até mais não poder ser... e a sorte é que não tem o encosta-te a mim... :-)))) (decerto que há muita gente que não o irá comprar, por causa disso!!). Estou convencida, o que é uma coisa difícil de conseguir nos tempos que correm... agora já só falta comprar a Biografia Oficial, de que já só me falta ler 3 capítulos :-)))



À Espera do Fim - Jorge Palma



Vou andando por aí

Sobrevivendo à bebedeira e ao comprimido

Vou dizendo sim à engrenagem

E ando muito deprimido

E é difícil encontrar quem o não esteja

Quando o sistema nos consome e aleija

Trincamos sempre o caroço

Mas já não saboreamos a cereja



Já houve tempos em que eu

Tinha tudo não tendo quase nada

Quando dormia ao relento

Ouvindo o vento beijar a geada

Fazia o meu manjar com pão e uva

Fazia o meu caminho ao sol ou à chuva

Ao encontro da mão miúda

Que me assentava como uma luva



Se ainda me queres vender

Se ainda me queres negociar

Isso já pouco me interessa

Perdemos o gosto de viver

Eu a obedecer e tu a mandar

Os dois na mesma triste peça

Os dois à espera do fim



Tu tens fortuna e eu não

Podes comer salmão e eu só peixe miúdo

Mas temos em comum o facto de ambos vermos

A vida por um canudo

Invertemos a ordem dos factores

Pusemos números à frente de amores

E vemos sempre a preto e branco o programa

Que afinal é a cores.



Se ainda me queres vender

Se ainda me queres negociar

Isso já pouco me interessa

Perdemos o gozo de viver

Eu a obedecer e tu a mandar

Os dois na mesma triste peça

Os dois à espera do fim

Só à espera do fim !!!

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