03 setembro 2010

...os corações pegam fogo e depois não há nada que os apague...



"As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam


Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões

Os corações pegam fogo e depois não há nada que os apague

e a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são

O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação

Dos tempos idos de comunhão, sonhos vividos de conviver



As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam

Poque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões

Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele

Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser

Não há mais forma de se aquecer, não há mais tempo de se esquentar

Não há mais nada pra se fazer, senão chorar sob o coberto



As aparências enganam, aos que gelam e aos que inflamam

Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paixões

Os corações cortam lenha e, depois, se preparam pra outro inverno

Mas o verão que os unira, vive e transpira ali

Nos corpos juntos ali na lareira, na reticente primavera"

(no insistente perfume de alguma coisa chamada amor)

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