31 dezembro 2010

...os frutos da errância já lá estão...




Foi no sulco da viagem


Já sem armas nem bagagem

Nem os brazões da equipagem

Foi ao voltar



Pátria moratória

No coração da história

Que consumiste a glória

Num jantar



Foi como se Portugal

P’ra bem e p’ra seu mal

Andasse em busca dum final

P’ra começar



Ávida violência

Reverso da inocência

Sal da inconsciência

Que há no mar



Império tão pequenino

De portulano caprino

Bolsos de sina e de sino

Em cada mão



Pátria imaginária

De consistência vária

Afirmação diária

Do teu não



As malas do portugueses

São como os olhos das rezes

Que se mastigam três vezes

Em cada chão



Cândida ignorância

Grande desimportância

Os frutos da errância

Já lá estão

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