...e permaneço só e me entedio...
Cárcere de amor
De todas as mulheres que tu tiveste
a mim me queres mais que nenhuma outra
é o que sempre me dizes. Porém,
elas puderam dividir tua cama.
E a mim tu me fechaste neste quarto
em que só visitas pelas tardes.
Trazes-me doces e livros, e me falas
de arte e literatura. Ao despedir-se
me dás um beijo paternal na testa
e assim até outro dia. E permaneço
só e me entedio. E sinto falta de um homem.
Por isso, não estranhes nem me insultes,
meu amor, se surges de surpresa
e me vês abraçada ao carcereiro.
Amalia Bautista
in "Cárcel de Amor"
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