01 janeiro 2011

...e permaneço só e me entedio...

Cárcere de amor




De todas as mulheres que tu tiveste


a mim me queres mais que nenhuma outra


é o que sempre me dizes. Porém,


elas puderam dividir tua cama.


E a mim tu me fechaste neste quarto


em que só visitas pelas tardes.


Trazes-me doces e livros, e me falas


de arte e literatura. Ao despedir-se


me dás um beijo paternal na testa


e assim até outro dia. E permaneço


só e me entedio. E sinto falta de um homem.


Por isso, não estranhes nem me insultes,


meu amor, se surges de surpresa


e me vês abraçada ao carcereiro.


 
Amalia Bautista
in "Cárcel de Amor"
 
 

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