Sede

Ontem foi o último concerto das Queimas... e foi muito bom! Foi bom estar com os andarilhos, foi bom encontrar o Pedro, e receber os mimos... e o ter-se apercebido das "quebras de humor"... se calhar é esse tipo de atitudes que faz uma importante diferença entre o companheiro de concertos e o Amigo... e são estas "pequenas" coisas que tornam algumas pessoas tão especiais...

E este tema ("Sede" ou "Se não tens abrigo"), especialmente ontem bateu forte... a vida dá muitas voltas, embora muitas vezes não se saia do mesmo sítio... e a minha nas duas últimas semanas deu demasiadas voltas... algo que tinha já perfeitamente definido -o meu futuro nos próximos 3 anos- de repente, tornou-se nubloso... algumas coisas que tinha já como certas, de repente mudaram radicalmente (mesmo sem grandes consequências de futuro... embora, interiormente, tenha mexido e muito comigo...). As coisas em termos de saúde também se alteraram nos últimos dois meses... tenho medo de "regressar" ao passado (mas este ano posso fazer praia... ao menos isso!!)...

Imagina um céu, branco de azul
Um luz quieta, um pouco de sul
Um homem parado, segura o cantil
Parece cansado, assim visto de perfil

Uma sombra pequena, uma longa jornada
Parece à procura, mas não acha nada
Não há uma casa sem uma parede
E a água que bebe, não lhe mata a sede

Aquela sede
A sua sede
E ele onde está
De onde virá
Por quem perguntará
Amanhã saberá
Ele onde está
De onde virá
Amanhã matará

Eu espreito à janela, por traz da vidraça
E vejo o sujeito, no meio da praça
Não há um homem, sem o seu segredo
Verdade escondida, a mãe do seu medo

Aquele medo
É o seu segredo
E ele onde está
De onde virá
Por quem perguntará
Amanhã saberá
Ele onde está
De onde virá
Amanhã matará

Imagina um céu, negro de perigo
Desperta terror, ver o desconhecido
Desconfia dele, mas faz a viagem
Se não tens abrigo, que tenhas coragem


Tim (Xutos & Pontapés)