23 abril 2010

...o que me afastou do meu amor foi precisamente o meu amor..


"Ah, Inês! Como não passou nada? Passou tudo, Inês, tudo o que pelos séculos além o amor inventou, as suas artes e subterfúgios, as sua agonias e misérias, os embustes esfarrapados com que presume esconder-se do mundo, a palpitação do desejo que faz tremer o chão, crescer o trigo, eclodir as rosas, convocar as tempestades. E, por fim, desdobra a mais perversa de todas as armadilhas, a que nos faz, na hora alucinada da paixão, corpo contra corpo, boca contra boca, alma contra alma, desejar e bendizer a morte.
Morrer por este amor. Morrer contigo"



“O que me afastou do meu amor foi precisamente o meu amor. A paixão, esse desvio do comportamento, esse desequilíbrio da mente. Não posso amar-te porque te amo. Não posso possuir-te porque quero possuir-te. Não posso ser teu porque sou teu.”


in "A trança de Inês"



...hoje, acabei o livro que estava a ler há uns dias (Nosostras que no somos como las demás, de Lucia Etxebarria), e peguei neste... e li 2/3 quase de enfiada. De facto, fiquei a pensar no livro... tenho a plena certeza de que há coisas que não acontecem por acaso. E talvez tenhamos mais do que uma oportunidade para "cumprir" as nossas tarefas importantes por cá, tal como este Pedro e esta Inês...

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