26 dezembro 2010

...hipocrisia...

"Tudo o que é falso, é ruim, até mesmo a roupa emprestada. Se o seu espírito não combina com a sua roupa, você está sujeito à infelicidade, porque é desta maneira que as pessoas se tornam hipócritas, perdendo o medo de agir mal e de dizer mentiras." (Ramakrishna)



...este Natal, para não variar, ouvi muitas pessoas a falar acerca da hipocrisia desta época Natalícia. De facto, se o Natal se restringir ao ganho de presentes e à mesa farta, é uma época hipócrita. Quando se fala tanto de Paz, Amor, Amizade, Fraternidade e nada fazemos sequer para melhorar o nosso pequeno Mundo, estamos a ser hipócritas.

Para mim, o Natal é uma época especial. E tento que o espírito se prolongue pelo resto do ano. Nem sempre com sucesso, confesso.

Este Natal, como de costume enviei mensagens às pessoas que são importantes para mim. E ficou logo claro que este ano não iria incluir algumas pessoas que constaram na lista nos últimos anos. Com algumas, de facto, os laços foram quebrados. E percebemos que um relacionamento que pensámos ser de amizade afinal é algo bem diferente, quando nos afastamos da pessoa e sentimos que foi a decisão certa e já nada nos impele a tentar refazer esses laços. Não senti isto muitas vezes. Normalmente, se alguém foi importante para mim, merece uma segunda e, por vezes, uma terceira tentativa. Poucos, até hoje, mereceram mais do que isto. Mas, com algumas pessoas, as portas fecharam-se e não houve sequer segunda tentativa. E sei que foi a única forma de evitar que a minha vida se continuasse a afundar. Não me arrependo da decisão tomada e, nada farei, para mudar.

Com algumas pessoas dessa lista houve alguns problemas no passado. No entanto, foram superados. Levou algum tempo, mas consegui ver que as pessoas mudaram.

Com uma dessas pessoas, fiz as "pazes" no Natal do ano passado. O nosso relacionamento hoje é bem diferente do que foi há 15 anos. Passamos de "bons amigos" a quase desconhecidos. De qualquer forma, foi muito importante para mim numa das alturas mais difíceis da minha vida e isso não o posso esquecer. Como dizia a Xu: "um cão não esquece uma migalha que recebeu". E eu não me costumo esquecer do que me fazem. Especialmente das coisas boas.

Houve outro nome que surgiu na lista. Neste momento, somos perfeitos desconhecidos. Ao colocar os endereços, havia mais duas pessoas com o mesmo primeiro nome e outras mais com essa inicial. Confesso, que o nome surgiu sem estar a pensar nessa pessoa. Ainda pensei se deveria apagar ou não. Passado um bocado, decidi não apagar o endereço. Sabia que a resposta ia ser apenas uma: indiferença. De qualquer forma, como disse, não me costumo esquecer do bem que me fazem. E ao seu lado vivi o que pensei fazer parte dos contos de fadas. Claro que a isto se seguiu o reverso da medalha. Mas sei que se não tivesse existido na minha vida, hoje não seria quem sou, com o que tenho de mau e de bom. E o e-mail seguiu. E seguiu-se a resposta que esperava. Silêncio. Afinal, sempre há coisas que não mudam... mas eu mudei. E consegui dar a volta e superar esta tormenta. E isso é o que me importa.


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