22 maio 2011

...memories (I)...

Durante os últimos tempos tenho tido algumas surpresas boas. E o melhor é ver que essas surpresas de certa forma estão centradas em mim.

Durante muito tempo lutei com problemas de auto-estima. Sempre tive dificuldade em valorizar o que fazia bem. Para mim era apenas o cumprir da minha obrigação como filha, como neta, como amiga, como irmã, como estudante – mesmo quando o que fazia ia muito além da obrigação.

Durante o meu percurso de vida tive várias situações muito complicadas, desde problemas gravíssimos de saúde, situações familiares difíceis, inúmeros problemas pessoais. A maior parte das pessoas lida com situações familiares e problemas pessoais graves durante a sua vida. A forma como lidamos com esses problemas é que varia muito. E com a baixa auto-estima que tinha, várias vezes fui ao fundo. E voltar do fundo sempre demorou algum tempo. O último tsunami emocional da minha vida ocorreu já há bastante tempo. Foi a seguir a uma tempestade. Estar 3 meses fora, na Lituânia, sozinha, deixou-me fragilizada e acabei por conhecer por essa altura uma determinada pessoa. Durante os 3 meses, ele e uma amiga minha acabaram por me dar algum apoio. Sem esse apoio, duvido que tivesse aguentado até ao fim. O pior foi voltar à vida real e perceber que afinal lado a lado era impossível seguir em frente. Ter alguém para quem eu servia de “pano de amostra” e que até era doutora, e que por outro lado era arrogante e possessivo era mais do que conseguia suportar. As duas ou três primeiras semanas não correram demasiado mal, mas depois tornou-se insuportável. Tinhamos gostos diferentes, objectivos de vida diferentes e formas de estar muito diferentes. Era mesmo como misturar água e azeite. Por muito que se agite, nunca se misturam verdadeiramente e assim que se deixam um pouco em repouso, separam-se. Olhando para trás, sei que foi o melhor que me poderia ter acontecido, ainda que na altura tenha ficado com alguma raiva por um conjunto de situações que apressaram o fim. Ainda assim, valeu pelos 3 meses em Kaunas e por me ter feito perceber que conseguia voltar a gostar de alguém…


3 comentários:

Catarina disse...

As memórias, boas ou más, são sempre parte de nós... É nelas que por vezes me encontro. Outras vezes me perco. É o que fica. Sempre. E isso, não é mau... Embora por vezes, doa...

Pêndulo disse...

...o passado faz parte do nosso presente e irá influenciar o nosso futuro, por isso faz parte da nossa vida e só há que aceitar esse passado e retirar os espinhos às rosas... não é fácil mas é possível e hoje acho que é a única forma... e falar do passado ajudou-me a perceber algumas coisas e a aceitá-las... e acho que a vida está a seguir o seu curso e da minha vida neste momento fazem parte as pessoas importantes e que decidiram partilhar a minha vida e incluir-me nas suas vidas... os outros talvez não interessem...

Catarina disse...

Essas pessoas é que nos devem interessar, essas é a quem temos de dedicar o nosso tempo e atenção. :)
Altos e baixos todos temos, saber aproveitar os altos e ultrapassar os baixos depende em muito de quem nos rodeia e apoia.
Desejo-te o melhor :)